Consumo nas favelas: um mercado valioso para as marcas

13/03/2025

Consumo nas favelas: um mercado valioso para as marcas

Mais de 16 milhões de brasileiros vivem em favelas, de acordo com o Censo 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso representa 8,1% da população total do País e um aumento em relação a 2010, quando o Brasil tinha 6% dos habitantes residindo em tais comunidades. Então, para além das implicações políticas e urbanísticas desse fato, a alta no consumo das favelas deve ser acompanhada de perto pelas marcas.

O consumo nas favelas no Brasil e em Santa Catarina:

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O potencial de consumo nas favelas

O Tracking das Favelas 2025, realizado pelo Novo Outdoor Social (NÓS), destaca um dado impressionante. Os mais de 16 milhões de brasileiros residentes em favelas têm um potencial de consumo de R$ 168 bilhões por ano e uma renda média mensal de R$ 3.036.

Isso coloca muito desses moradores efetivamente na classe socioeconômica C. Ou seja, no grupo de pessoas com renda média domiciliar acima de R$ 2.403,04, segundo a classificação do Critério Brasil em 2024. 

Em Santa Catarina, as classes C, D e E — estas duas que vêm abaixo da C — representam quase 60% da população do Estado, conforme aponta um estudo do Negócios SC.

Esse consumidor, apesar de estar na base ou no meio da pirâmide social, não deixa de ser bastante conectado. Dados do Instituto Locomotiva mostram que 87% dos adultos nas favelas brasileiras acessam a internet ao menos uma vez por semana. Inclusive, eles estão bem familiarizados com a jornada omnichannel: 63% já compraram on-line e retiraram os produtos em lojas físicas.

Em categorias do varejo como a de eletrônicos, esse público já compra com mais frequência pela internet que por meio das lojas físicas. Enquanto isso, em eletrodomésticos, artigos esportivos e vestuário, a preferência pelo e-commerce aparece acima dos 40%.

Satisfação do cliente: como os brasileiros avaliam o varejo?

Onde estão as favelas em Santa Catarina?

A economia de Santa Catarina não somente é uma das mais fortes do Brasil, como o Estado tem a melhor distribuição de renda no País, de acordo com o Coeficiente de Gini. Mas isso não quer dizer que não existam favelas nos municípios catarinenses.

Das 12,4 mil favelas no Brasil, 161 estão em Santa Catarina. Elas abrigavam 109,2 mil pessoas durante o levantamento do Censo 2022. Com isso, o Estado registrou 1,4% da população em tais territórios, sendo o terceiro menor percentual do País, atrás do Mato Grosso do Sul (0,6%) e de Goiás (1,3%).

Apenas dois municípios de Santa Catarina registram um índice próximo à média nacional. Laguna, com 9%, e Florianópolis, com 8%, têm uma maior concentração populacional nessas comunidades urbanas.

A capital catarinense também concentra o maior número de favelas entre os municípios do Estado: são 45 ao todo. Somadas às de São José, Biguaçu e Palhoça — onde está Frei Damião, a mais populosa de Santa Catarina —, a Grande Florianópolis conta 63 favelas e 43 mil moradores nelas. O Vale do Itajaí aparece em seguida, com 55 comunidades do tipo, sendo 37 delas somente em Blumenau, chegando a 18,3 mil moradores ali.

Os municípios catarinenses com o maior número de favelas são:

Depois de Frei Damião, sete das dez favelas mais populosas de Santa Catarina estão em Florianópolis, com destaque para a Serrinha. A Vila Vitória, localizada em Laguna, aparece em sétimo lugar. Já a comunidade Nossa Senhora das Graças, em Itajaí, fecha a décima posição.

As favelas de Santa Catarina mais populosas são, conforme o Censo 2022:

  1. Frei Damião (Palhoça): 7.273 moradores
  2. Serrinha (Florianópolis): 3.908 moradores
  3. Alto da Caieira (Florianópolis): 3.535 moradores
  4. Sol Nascente (Florianópolis): 3.308 moradores
  5. Chico Mendes (Florianópolis): 2.599 moradores
  6. Morro do Horácio (Florianópolis): 2.377 moradores
  7. Monte Serrat (Florianópolis): 2.173 moradores
  8. Vila Vitória (Laguna): 2.024 moradores
  9. Morro do 25 (Florianópolis): 1.873 moradores
  10. Nossa Senhora das Graças (Itajaí): 1.577 moradores

Conheça os 10 municípios de SC com maior renda média.

As marcas do varejo mais lembradas nas favelas

Os dados do Tracking das Favelas 2025 apontam uma forte relação entre as marcas mais lembradas pelos consumidores nas favelas e as mais compradas por esse público.

Nas seis categorias do varejo analisadas no estudo, 12 das 18 marcas mais citadas entre o top 3 das mais lembradas aparecem também entre as mais compradas. Nos casos de Skol (bebidas alcoólicas), Coca-Cola (bebidas não alcoólicas), Tigre (materiais de construção) e OMO (materiais de limpeza), a marca top of mind é igualmente a mais comprada. Já em alimentos e higiene e beleza, duas das três mais lembradas figuram nas compras. São, respectivamente: Sadia e Nestlé, e Natura e O Boticário.

A lição que fica é a seguinte: para atrair o consumo nas favelas, os negócios precisam investir no fortalecimento da marca.

Saiba, então, como a NSC ajuda a aumentar a lembrança em Santa Catarina com nossa ferramenta exclusiva de planejamento de mídia.

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