A inovação e a tecnologia têm um papel fundamental nas novas tendências de consumo. Elas possibilitam novos comportamentos do consumidor, criam canais entre as marcas e o público, além de oferecerem ferramentas para otimizar diversas funções.

Mas não podemos nos esquecer de que o consumidor é humano antes de tudo. As necessidades psicológicas, culturais e sociais também são capazes de fomentar novas tendências de consumo.

Então, para criar uma verdadeira conexão, os negócios precisam ficar atentos a essa procura mais íntima. É justamente sobre isso que falaremos agora. Aproveite para acompanhar o assunto e saiba como transformar a relação da sua marca com os consumidores.

5 tendências de consumo relevantes em 2024

1. Conexão em primeiro lugar

De acordo com o relatório “The Future 100”, da WML Intelligence, a solidão é hoje um dos dez principais desafios à saúde humana. Nesse sentido, um quarto da população brasileira revela ao Instituto Locomotiva que não se sente próxima de outras pessoas.

A conexão social, vale lembrar, é uma das necessidades básicas do ser humano. Na pirâmide de Maslow, por exemplo, ela vem antes mesmo que a autoestima e a autorrealização.

Esse desejo de conexão tem sido um fio condutor para várias tendências de consumo atuais. Tanto que a WML aponta que 70% dos consumidores preferem gastar dinheiro em experiências em vez de coisas, porque são as experiências que trazem mais alegria e união. Além disso, duas em cada dez pessoas acreditam que unir o público seja uma das três principais missões de uma marca.

Nesse caso, o que os negócios devem fazer? Um bom caminho é investir na criação de comunidades em que os consumidores possam interagir entre si, em vez de manter uma relação exclusiva entre marca e indivíduo. Esses espaços podem ser tanto reais quanto virtuais. O importante é gerar conexões verdadeiras.

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As marcas podem fidelizar o consumidor criando comunidades. (Foto via Freepik)

2. Marcas fazendo o bem

O relatório “The Future 100” ainda aponta que a principal tarefa das marcas deveria ser tornar o mundo um lugar melhor para todos. Mais que uma característica desejável, isso deve ser visto como uma responsabilidade pelos líderes empresariais.

Na questão ambiental, por exemplo, os dados da Euromonitor International mostram que o público está cada vez mais consciente de que pequenas ações individuais não são o suficiente para amenizar a crise climática. São as organizações, junto aos Governos, que precisam liderar essa transformação. E, como indica o Trust Barometer da Edelman, os consumidores confiam mais nas marcas.

Atualmente, ser um agente de mudança positiva é tão importante para a reputação do negócio quanto a qualidade dos produtos e serviços oferecidos. Mais ainda, como ressalta a Kantar: oito em cada dez consumidores esforçam-se para comprar de empresas que apoiam causas relevantes para eles.

3. Consumidores criadores

O que significa engajamento para sua marca? Se acredita que isso se resume a curtidas e comentários nas redes sociais, está perdendo uma das maiores tendências de consumo e grandes oportunidades de aumentar as vendas.

O consumidor hoje não quer ser apenas um elemento passivo na relação com as empresas. Ele deseja criar com elas soluções para interesses específicos.

Isso tem até um nome: prossumidor. Ou seja, é um consumidor que produz. Ele participa ativamente do desenvolvimento da marca, desde a geração de conteúdo até a elaboração de novos produtos.

A WML destaca o papel do TikTok nesse sentido. As famosas trends podem virar edições limitadas de produtos com a cara dos consumidores. Mas é interessante seguir o exemplo do McDonald’s ao relançar temporariamente o McFish: a ação somente ocorreu depois de uma pesquisa com um público maior do que os fãs mais fervorosos do sanduíche. Afinal, as tendências da internet são facilmente passageiras. É preciso analisar se há de fato uma tendência de consumo.

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4. Design de dopamina

Nove em cada dez consumidores querem sentir mais emoção nas vidas deles, segundo a WML. Some-se a isso a busca por mais alegria e está aí a receita para uma nova forma de pensar as embalagens de produtos.

Algumas marcas já perceberam a necessidade de trazer mais animação para a linguagem visual da marca. Um exemplo disso é o redesign da Fanta, que adiciona outra dimensão à experiência sensorial com o refrigerante. Ao mesmo tempo que o novo aspecto é mais simples que o antigo, ele traz um maior “compromisso com a diversão”, segundo a proposta da marca.

Essa tendência de design usa cores chamativas, fontes de alto impacto e formas dinâmicas para gerar um efeito visual animador. Mas, atenção! Não são todos os negócios e públicos-alvo que permitem essa transformação.

5. Universo da marca

Vimos que as grandes tendências de consumo da atualidade giram em torno de o consumidor querer sentir-se mais próximo e melhor consigo.

A partir disso, chegamos ao quinto item que vale destacar: as marcas adoradas são capazes de criar um universo ao redor delas. O filme da Barbie foi um ótimo exemplo disso, já que as ações da Mattel não se limitaram aos próprios produtos ou canais de comunicação. Por meio de um conjunto de parcerias com outros negócios, criou-se uma série de experiências que amplificaram a divulgação do lançamento e a presença da marca.

Também podemos citar aqui a Stanley, a marca de copos térmicos mais famosa do mundo. Entre outras iniciativas, no Carnaval de 2024 a Stanley fez uma parceria com o Burger King para a distribuição de brindes especiais que tornariam a festa ainda melhor e ampliariam o universo da marca.

A palavra-chave então é parceria. Criar esse universo exige a capacidade de cooperação e uma leitura de mercado muito cuidadosa para identificar associações da marca que façam sentido para o negócio.

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