Nove em cada dez brasileiros perceberam a alta dos preços de produtos e serviços em 2025, de acordo com o levantamento “Consumer Pulse”, da Bain & Company. Isso tem levado 83% dos consumidores no País a cortar gastos. Mas essa não é uma situação exclusiva do Brasil. Uma pesquisa global da Ipsos mostra como quatro perfis de público estão lidando com esse cenário.
Saiba quem são esses diferentes tipos de consumidores globais:
- os que estão em dificuldade são maioria, especialmente entre as mulheres;
- os escapistas resistem à base de pequenos mimos na rotina;
- os satisfeitos incluem, sobretudo, indivíduos mais maduros;
- e os bem-sucedidos são mais presentes entre jovens e homens.
A seguir, você descobrirá também algumas estratégias que seu negócio pode adotar para lidar com a alta dos preços.
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Alimentação e supermercado dominam os gastos dos consumidores
A Ipsos ouviu consumidores de 15 países diferentes, incluindo o Brasil, para analisar os sentimentos do público em relação ao custo de vida. Os resultados preocupam, mas não surpreendem.
No Ipsos Essentials de março de 2025, 58% das pessoas afirmaram sentir que estão gastando mais do que deveriam. Antes fosse com luxos e viagens, porque 53% apontaram gastos excessivos com comida e supermercado, ou seja, compras básicas do dia a dia.
A comida é, igualmente, o aspecto em que os entrevistados no Brasil pela Bain & Company mais perceberam a alta dos preços. Sete em cada dez consumidores notaram a inflação dos alimentos neste ano, muito à frente de outros gastos, como a saúde e o transporte.
É justamente na alimentação que os brasileiros mais têm se adaptado à inflação. Segundo uma pesquisa do Datafolha, 58% dos consumidores no País reduziram a quantidade de alimentos que costumavam comprar. Ao todo, oito em cada dez indivíduos mudaram algum hábito para economizar mês a mês.
Nos dados da Bain & Company, isso quer dizer menos categorias no carrinho de compras do supermercado, e não somente menos itens de cada produto.
Estratégias dos brasileiros para economizar nas compras:
- 52% evitam a compra de certos itens;
- 43% reduzem o número de itens comprados;
- 42% compram de marcas mais baratas.
Entre os públicos mais afetados pela alta dos preços estão os consumidores de baixa renda, os mais jovens e as mulheres — sendo que estas são responsáveis por 51,7% dos domicílios no País.
Consumo anual das famílias no varejo alimentar supera R$ 1 trilhão.
Os quatro perfis de consumidores
De acordo com a Ipsos, a inflação superou a criminalidade como a maior preocupação do público na média de 29 países analisados, incluindo o Brasil. Então, como os consumidores estão se comportando nessa situação?
O grupo mais numeroso, representado por 33% do público, é o que a Ipsos chama de “consumidores em dificuldade”. Na outra ponta, encontramos os bem-sucedidos, com 23%. E, entre eles, ainda temos os escapistas (18%) e os satisfeitos (27%).
- Em dificuldade: estão tentando passar pela vida com o mínimo.
- Escapistas: procuram manter a calma com pequenos momentos de prazer.
- Satisfeitos: acreditam que as coisas importantes não estão à venda.
- Bem-sucedidos: pensam que a pessoa é definida pelo que ela tem.
Os consumidores da Geração Z são mais inclinados aos extremos. Ao mesmo tempo que são particularmente materialistas, a maior parcela dos jovens (34%) está em dificuldade. Por outro lado, os boomers têm um percentual bastante superior de satisfeitos (44%), comprovando que a maior idade traz novas perspectivas à vida.
Mais da metade dos homens (53%) consideram-se satisfeitos ou bem-sucedidos, contra 46% das mulheres.
Além disso, como era de se esperar, a maior parte dos consumidores de baixa renda relatam dificuldades (41%). Mas, até mesmo entre os de maior poder aquisitivo, 28% encontram-se nessa condição.
O impacto da inflação e da alta dos juros no mercado de consumo.
Estratégias dos negócios para lidar com a alta dos preços
Diante da alta dos preços, a Bain & Company destaca hábitos do público que afetam a fidelidade às marcas. Por exemplo, 39% dos consumidores decidiram comprar em comércios mais baratos, enquanto 27% estão dividindo as compras em diferentes lojas.
Isso pode representar tanto um risco quanto uma oportunidade para os negócios, conforme a perspectiva.
A Ipsos então indica a seguinte estratégia para fortalecer sua empresa neste momento:
- Aumentar a eficiência: inovações e parcerias estratégicas no mercado podem ajudar seu negócio a reduzir os custos, tornando-se mais competitivo.
- Melhorar a experiência do consumidor: em tempos de fidelidade ameaçada, garantir-se por diferenciais como a qualidade do atendimento ou praticidade de compra eleva a percepção de valor da marca.
- Aumentar a variedade: ampliar a gama de produtos e serviços para abranger as necessidades de diferentes perfis de público é outra ação recomendada.
- Focar em nichos: em segmentos de mercado com menor diversidade de produtos ou serviços, a sensibilidade aos preços será naturalmente menor.
Ainda podemos acrescentar outra dica: investir na comunicação. Espalhe a mensagem de que seu negócio está empenhado em oferecer os preços mais baixos, o maior custo-benefício ou o melhor serviço. Isso trará mais confiança para as compras.
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