No Brasil, mais pessoas sonham em ter um diploma de ensino superior do que casar ou formar uma nova família, segundo a pesquisa GEM de 2024. Mas, enquanto a expectativa de maiores oportunidades no mercado de trabalho atrai para os cursos de graduação, o preço da mensalidade na rede particular afasta muitos estudantes. Veja mais detalhes a seguir!
Destaques da escolha pelo ensino superior no Brasil:
- 55% veem nos cursos de longa duração uma chance de melhor remuneração;
- o potencial financeiro empata com a vocação na escolha do curso de graduação;
- mas o custo elevado da mensalidade é o maior desafio para entrar na faculdade;
- o EAD facilita o acesso nesse sentido, mas levanta questões sobre o aprendizado.
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As motivações para o ingresso no ensino superior
Um levantamento do Instituto Locomotiva em parceria com o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) mostra que 98% dos estudantes brasileiros acreditam que ter uma graduação trará benefícios para suas vidas.
Na comparação com os cursos de curta duração:
- 55% veem chances de melhor remuneração;
- 55% buscam um aprofundamento no aprendizado;
- 51% consideram a maior preparação para os desafios profissionais;
- 49% pensam que a graduação tem mais credibilidade no mercado.
Além disso, a faculdade também é percebida como um impulso maior para conseguir um estágio ou primeiro emprego. O próprio estágio é visto por 94% dos alunos como um abridor de portas para melhores vagas de trabalho.
O potencial financeiro da graduação divide espaço até mesmo com a vocação na escolha do curso universitário. Isso é o que revela a pesquisa “Decisões e Influências — a jornada do jovem para o ensino superior”, da Globo.
Estes são os principais fatores para a escolha do curso de graduação:
- Potencial financeiro ou de sucesso: 35%
- Vocação para a profissão: 35%
- Gostos e hobbies relacionados: 33%
- Identificação com as atividades: 31%
- Habilidades ou facilidades na área: 30%
Ou seja, os brasileiros encaram o ensino superior acima de tudo como um investimento no futuro.
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O custo é o maior impeditivo na busca por graduação
Como todo investimento, a educação também tem um custo. No caso do ensino superior, o preço ou a dificuldade financeira dos estudantes acaba afastando muitos brasileiros das faculdades, dos centros universitários e das universidades.
De acordo com um estudo da Quero Educação, por exemplo, o valor das mensalidades é inviável para 68% dos alunos que buscam o ensino superior no País.
O acesso a esse nível de educação é bastante dependente da rede privada, vale lembrar, devido à incapacidade de a rede pública atender plenamente à demanda. Tanto que oito em cada dez matrículas são em instituições particulares, conforme os dados da 15ª edição do Mapa do Ensino Superior no Brasil. Santa Catarina, por sinal, tem o maior percentual de matrículas na rede privada entre os estados do País, de 87%.
O custo elevado também é apontado pelo estudo “Branding Brasil Segmentos — Edição Educação 2025”, da Valometry, como o principal fator que impede o acesso à graduação para 43% dos entrevistados.
Daí, novamente, o papel do estágio na escolha da instituição superior de ensino. Segundo o Instituto Locomotiva e o CIEE, três em cada quatro estudantes consideram esse apoio na hora de decidir a graduação, que permite custear os estudos e ganhar experiência profissional ao mesmo tempo.
Dados da educação em Santa Catarina: do ensino básico ao superior.
Ensino superior presencial ou à distância?
Os cursos na modalidade EAD têm ajudado a democratizar o acesso à educação superior no Brasil. Isso porque o valor da mensalidade em uma graduação à distância, na média, é muito menor que a dos cursos presenciais.
Inclusive, uma parcela considerável das matrículas na rede privada está migrando para o EAD.
Conforme o Mapa do Ensino Superior no Brasil, em 2015 foram registradas 4,8 milhões de matrículas nas instituições particulares de ensino superior do País, número esse que caiu para 3,2 milhões em 2023. Por outro lado, as matrículas em cursos à distância subiram de 1,4 milhão para 4,9 milhões no mesmo período.
Os dados mais recentes mostram que o EAD já responde por 49,3% de todas as matrículas no ensino superior brasileiro.
Por um lado, o maior acesso à faculdade é muito bem-vindo. Por outro, a qualidade do aprendizado nesse modelo precisa ser debatida. Como aponta uma pesquisa da Demà e da Nexus com 2.016 jovens brasileiros entre 14 e 29 anos, 84% desse público afirma ter aprendido mais com as aulas presenciais que as virtuais.
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