Os maiores desafios para a alimentação saudável no Brasil

28/11/2023

Economia

Os maiores desafios para a alimentação saudável no Brasil

Ter uma alimentação saudável é um hábito essencial para prevenir a obesidade e doenças crônicas não transmissíveis, entre elas o diabetes e problemas cardíacos. Mais ainda, como destaca o Ministério da Saúde, alimentar-se inadequadamente tem um peso maior no adoecimento da população que o consumo de tabaco e álcool ou a falta de atividade física.

No entanto, de acordo com uma pesquisa do Opinion Box, 40% dos brasileiros conectados já tiveram algum problema de saúde por causa dos hábitos alimentares. Quase um terço dos entrevistados (29%) revela comer mais do que deveria.

O fato é que a alimentação no País vem enfrentando uma transição de padrão. Segundo o estudo NutriNet Brasil, houve uma redução no consumo de arroz e feijão entre os brasileiros, enquanto a ingestão de alimentos ultraprocessados aumentou nas últimas décadas.

Então, quais são os obstáculos para a alimentação saudável no Brasil? Vamos investigar essa questão em seguida e mostrar como Florianópolis é uma referência nacional para os hábitos alimentares dos brasileiros. Acompanhe!

Preço é o principal obstáculo para ter uma dieta mais saudável

O maior impeditivo para que o consumidor faça melhores escolhas para si e para o planeta é o orçamento limitado. Isso é o que mostram os dados do Statista sobre o tema, assim como a pesquisa do Opinion Box.

Aqui no Brasil, os brasileiros são mais influenciados pelo preço (51%) que pelo produto ser mais saudável (36%) na hora de comprar comida. E isso afeta diretamente a escolha de produtos saudáveis, percebidos como mais caros. Tanto que quatro em cada dez entrevistados pelo Opinion Box (39%) dizem que o preço de alimentos saudáveis é o principal obstáculo para terem uma dieta mais equilibrada.

Nesse ponto precisamos fazer uma observação importante. Em toda discussão sobre alimentação saudável no Brasil, o debate está condicionado à capacidade de escolha com base no orçamento familiar. Inclusive, um estudo de pesquisadores brasileiros publicado no jornal Public Health Nutrition estima que, em 2026, os alimentos ultraprocessados serão mais baratos no País que os saudáveis.

Mas esse não é o único fator por trás de o brasileiro ter preparado cada vez menos a própria comida, cenário apontado pelo guia Alimentação em Pauta, do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). Outro recurso essencial anda escasso: o tempo.

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É um desafio tornar mais acessíveis os alimentos in natura e pouco processados. (Foto via Freepik)

Alimentação saudável precisa de tempo e disciplina

Ao elencar os principais obstáculos para uma alimentação saudável, 29% dos brasileiros apontam a falta de tempo para cozinhar refeições. A rotina, portanto, é outro fator que influencia diretamente as decisões alimentares do público.

Como prova disso, uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) informa que os trabalhadores em home office não somente vão menos a restaurantes durante o almoço, como pedem menos entrega de alimentos em relação a quem trabalha fora. O tempo economizado em deslocamentos é empregado em hábitos mais saudáveis.

Entretanto, mesmo que tenha dinheiro e tempo para alimentar-se bem, o consumidor ainda precisa de disciplina. E três em cada dez brasileiros ouvidos pelo Opinion Box relatam ter dificuldade em manter o autocontrole. 

Podemos usar como exemplo o delivery de refeições. Por si só, ele não é prejudicial nem favorável à alimentação saudável.

Durante a pandemia, o serviço de entrega chegou a impulsionar o consumo de frutas e hortaliças, segundo um estudo da Universidade de São Paulo (USP). Por outro lado, um levantamento da Globo ressalta que o principal tipo de comida pedida é fast food, enquanto a comida saudável é apenas a sétima opção do público.

Leia também: Os gastos com alimentação fora do lar e em casa no Brasil

Florianópolis é referência em alimentação saudável no Brasil

A capital catarinense é reconhecida pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) como a segunda melhor cidade para morar no Brasil. Um dos indicadores usados para essa escolha é o da longevidade da população e, sem dúvida, a alimentação saudável está relacionada a isso.

A cidade então pode dar algumas lições importantes às outras capitais do País. De acordo com o relatório Vigitel Brasil 2023, Florianópolis é exemplo de hábitos alimentares saudáveis.

Por exemplo, 41,2% dos florianopolitanos acima de 18 anos consomem frutas e hortaliças em cinco ou mais dias da semana. Esse é o maior índice entre as capitais brasileiras e o Distrito Federal. Além disso, 27,5% da população local ingere cinco ou mais porções diárias de frutas e hortaliças, outro recorde nacional.

Para completar, Florianópolis empata com o Distrito Federal com 37,1% dos habitantes acima de 18 anos consumindo diariamente cinco ou mais grupos de alimentos não ou minimamente processados protetores para doenças crônicas. Mais uma vez, esse é o maior percentual do País.

Quer saber mais sobre os hábitos alimentares no Brasil e em Santa Catarina? Então baixe os estudos do Negócios SC sobre o tema, incluindo o consumo de snacks, café e muito mais.

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