A indústria de brinquedos no Brasil representa um mercado estimado em cerca de R$ 9 bilhões de faturamento em 2023, segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (ABRINQ).

Ao longo dos últimos anos, o crescimento desse valor tem sido constante e expressivo. Desde 2013, por exemplo, o faturamento registrou uma alta de 101,6%.

Esse desempenho ocorre, curiosamente, em meio a uma redução do público-alvo. Como revelam os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), os brasileiros entre 10 e 13 anos de idade passaram de 6,7% da população em 2012 para 5,5% em 2021. No grupo de 14 a 17 anos, o índice passou de 7,1% para 5,8%.

Essa modificação da pirâmide etária é um fenômeno global. Ainda assim, um relatório da Mordor Intelligence estima que o mercado de brinquedos continuará crescendo 9,91% ao ano no mundo todo até 2028.

Então, vale analisarmos em mais detalhes a indústria de brinquedos no Brasil e como a procura pelos produtos está se transformando. Acompanhe!

Dados sobre a indústria e o varejo de brinquedos no Brasil

A indústria de brinquedos no Brasil somava 37.650 empregos em 2022, de acordo com a ABRINQ. Esse é um número que também vem crescendo ao longo do tempo, assim como o faturamento.

Como aponta o painel do DataSebrae, existem 3.106 empresas no País registradas com a atividade de fabricação de brinquedos. Em Santa Catarina, são 213 ao todo.

A maioria desses negócios são de microempreendedores individuais e microempresas. Nessa categoria podemos incluir a produção de jogos educativos, feitos em pequena escala e de modo quase artesanal. Em um mundo repleto de telas e equipamentos eletrônicos, os brinquedos que desenvolvem a criatividade, o raciocínio e o desenvolvimento manual têm um diferencial no mercado.

Enquanto isso, no comércio, há um número ainda maior de negócios atuando na venda desses produtos. Em 2023, são 34.439 empresas registradas com a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) “Comércio varejista de brinquedos e artigos recreativos” no Brasil. Santa Catarina tem 1.666 delas. O Estado, inclusive, apresenta uma das maiores quantidades de lojas de brinquedos no País.

Segundo informações de The NPD Group, o Brasil teve um crescimento de 15% na venda de brinquedos em 2022. Mas, conforme veremos adiante, o futuro desse mercado vai muito além das crianças.

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O mercado de brinquedos não atrai somente as crianças. (Foto via Freepik)

Procura por brinquedos além do Dia das Crianças

É claro, a procura por brinquedos no Brasil ainda está condicionada, de certo modo, às datas comerciais. O próprio relatório da ABRINQ destaca como os meses que antecedem o Dia das Crianças concentram a maior parte das vendas dessa indústria: 19,1% em agosto e 18,2% em setembro.

No entanto, de 2020 para cá, o mercado tem antecipado a compra de presentes para o Dia das Crianças. Tanto que julho representou 11,5% das vendas em 2022.

Além disso, segundo apontam as pesquisas de intenção de compra em outras datas do comércio, a procura por brinquedos segue em diferentes momentos do ano. Uma pesquisa da Globo revela que 10% dos interessados comprariam brinquedos na próxima Black Friday, enquanto a Fecomércio SC demonstrou que esses eram os itens mais desejados na última Páscoa, depois dos chocolates.

A força de criadores de conteúdo digital ainda pode gerar um ciclo contínuo de vendas no mercado de brinquedos no Brasil. Dados da IAB Brasil, em parceria com a Offerwise, indicam que 65% dos internautas brasileiros consomem diariamente conteúdos de influenciadores. Uma estratégia de marketing de influência então pode ser ótima para despertar o interesse do público.

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Brinquedos para adultos, por que não?

Falando em público-alvo, é importante perceber como o mercado de brinquedos tem se expandido entre aqueles que se mantêm crianças no coração.

De acordo com The NPD Group, os jovens-adultos e adultos já são responsáveis por um quadro das vendas de brinquedos e têm sido os maiores contribuidores para o crescimento do segmento.

Uma matéria da Time traz exemplos de empresas tradicionais, como Lego e Mattel, ampliando a oferta de produtos para consumidores de maior idade. O sucesso do McLanche Feliz para adultos nos Estados Unidos e a bilheteria bilionária do filme da Barbie no mundo todo são outras provas de que a nostalgia é um ótimo negócio.

Isso exige mudanças das marcas. Serão necessárias novas estratégias de desenvolvimento de produtos, novas parcerias, uma nova comunicação…

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