As microempresas e empresas de pequeno porte representam mais de 90% dos empreendimentos ativos em Santa Catarina, segundo os dados do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ). Acompanhar as tendências dos pequenos negócios catarinenses, portanto, é poder compreender os rumos da economia do Estado.
Veja os destaques dos pequenos negócios em Santa Catarina:
- no geral, 57,3% das empresas venderam mais no último trimestre;
- um quinto dos empreendimentos aumentaram as vendas em mais de 10%;
- o número de negócios operando no vermelho foi o menor da série histórica;
- mas os empresários já preveem a desaceleração econômica em 2025.
Esses dados foram coletados pelo Observatório de Negócios do Sebrae Santa Catarina, em pesquisa realizada entre janeiro e fevereiro de 2025. Abaixo você pode ler mais detalhes.
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3 tendências dos pequenos negócios catarinenses
1. Aumento das vendas no final do ano
Tanto a economia do Brasil quanto a de Santa Catarina cresceram no acumulado de 2024. No País, a alta do produto interno bruto (PIB) ficou em 3,4%. Enquanto isso, o Estado subiu 5,7% no Índice de Atividade Econômica (IC-Br), do Banco Central, que serve como uma prévia do PIB estadual.
Há um porém nessa história. O último trimestre de 2024 já mostrou uma trajetória de desaceleração da economia. No período, o Brasil avançou apenas 0,2%, por exemplo.
Isso se refletiu no desempenho dos pequenos negócios catarinenses. Normalmente, o quarto trimestre do ano registra o maior percentual de empresas que aumentaram as vendas no Estado. Contudo, 57,3% dos empresários catarinenses aumentaram as vendas entre outubro e dezembro de 2024, um índice um pouco menor que os 60,8% registrados no trimestre imediatamente anterior.
Ainda assim, o percentual do último quarto do ano foi o segundo maior de toda a série histórica do Sebrae SC. Quase 20% dos empresários chegaram a aumentar as vendas em mais de 10%.
Desempenho nas vendas no 4º trimestre de 2024:
- Aumentaram em mais de 10%: 19,3%
- Aumentaram em até 10%: 38%
- As vendas não mudaram: 23,5%
- Tiveram queda no resultado: 19,3%
A indústria registrou, proporcionalmente, um melhor resultado entre os pequenos negócios catarinenses. No setor, 60,8% declararam um aumento das vendas. Enquanto isso, os serviços e o comércio apresentaram índices de 56,3% e 53,4%, respectivamente.
Outro ponto importante do estudo é que o último trimestre teve o menor percentual de empresas operando com o fluxo de caixa no vermelho em toda a série histórica, de apenas 10,8%.
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2. Quase um terço dos pequenos negócios investiram
Com mais dinheiro em caixa, os empresários catarinenses puderam investir mais em seus negócios. Inclusive, o Sebrae aponta que o último trimestre teve o maior índice de investimentos para o período desde o começo da análise.
Entre outubro e dezembro de 2024, 31,8% dos empreendedores investiram. Os principais focos foram na aquisição de equipamentos e ferramentas, e na infraestrutura e reforma do espaço físico.
Onde os pequenos negócios catarinenses estão investindo?
- Equipamentos e ferramentas: 37,8%
- Infraestrutura e reforma do espaço físico: 34,6%
- Aquisição de maquinário: 25,2%
- Marketing: 12,6%
- Ampliação do estoque: 10,2%
- Outras áreas: 21,1%
O Sebrae também revela que 42,8% dos empresários aumentaram as compras junto aos fornecedores no último trimestre de 2024. Outros 39,5% mantiveram o patamar anterior e somente 17,8% reduziram a demanda.
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3. Os empreendedores têm outra expectativa para 2025
Pouco mais de um terço dos empresários (34,6%) esperam aumentar as vendas neste primeiro trimestre. Por outro lado, apenas 10,3% acreditam que terão resultados piores no início de 2025.
Já houve expectativas mais baixas para um primeiro trimestre de ano, mas o mercado está longe de se demonstrar otimista.
Essa é uma questão nacional. O Índice de Confiança Empresarial (ICE), do FGV IBRE, caiu 0,3 ponto em fevereiro de 2025. Para a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) recuou 2,1% no mesmo mês. Enquanto isso, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), da Confederação Nacional da Indústria (CNI), manteve-se logo abaixo do patamar de otimismo.
Não há qualquer surpresa nisso. O empresariado está se preparando para um crescimento mais brando em 2025 por causa dos juros elevados. Entretanto, as previsões indicam claramente que todos os setores da economia catarinense ainda vão crescer neste ano.
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