Alimentos e bebidas têm melhor resultado na indústria de SC

17/04/2023

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Alimentos e bebidas têm melhor resultado na indústria de SC

Seja qual for o setor da economia, os empresários brasileiros têm enfrentado uma dificuldade em comum: os altos juros praticados no País. Eles dificultam o acesso a crédito, a realização de investimentos e as compras do consumidor, especialmente de bens duráveis e semiduráveis.

Na indústria de Santa Catarina, tal cenário também tem impactado a capacidade produtiva. O Estado continua acumulando perdas em produção industrial, segundo a Pesquisa Industrial Mensal, do IBGE.

No entanto, a indústria de alimentos e bebidas foi capaz de amenizar a queda do setor no começo de 2023 graças ao bom desempenho da categoria. O resultado dos produtos alimentícios está diretamente relacionado ao aumento das vendas para o mercado interno, assim como nas exportações.

Quer entender melhor o cenário? Saiba mais sobre a produção de alimentos e bebidas em Santa Catarina.

Indústria de alimentos e bebidas em SC começou 2023 em alta

Como destaca o Observatório FIESC, com base nos dados da Pesquisa Industrial Mensal, o desempenho da indústria catarinense tem sido negativo ao longo de 2022 e neste início de 2023.

Na comparação entre janeiro de 2022 e janeiro de 2023, a produção de Santa Catarina registrou uma queda de 4,9%. Já no acumulado de 12 meses até o primeiro mês deste ano, o resultado foi de -4,1%.

Mas, não fosse a indústria de alimentos e bebidas, o saldo seria ainda pior. Os produtos alimentícios tiveram alta de 2,3% em janeiro de 2023, em relação ao mesmo período do ano anterior.

Com isso, outras duas duas categorias da indústria de Santa Catarina foram beneficiadas: a de produtos de borracha e de material plástico, e a de celulose e papel. Elas fornecem embalagens plásticas, de papel kraft e de papelão ondulado para a produção alimentícia no Estado e fazem parte da mesma cadeia produtiva.

Na outra ponta, produtos de minerais não metálicos tiveram a maior queda em janeiro de 2023 frente ao mesmo mês de 2022. A produção catarinense nessa categoria retraiu 26,5% durante o período. Móveis e produtos de madeira aparecem logo atrás, com perdas de 19,7% e 19,5%, respectivamente.

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Indústria de alimentos e bebidas emprega mais de 140 mil catarinenses. (Foto via Freepik)

Cresce a demanda por produtos alimentícios da indústria catarinense

Tanto o cenário de consumo interno quanto o mercado de exportações da indústria alimentícia de Santa Catarina têm sido bastante positivos.

De acordo com os números da Associação Catarinense de Supermercados (Acats), o Índice de Consumo das Famílias no Estado já apresentou duas altas seguidas em 2023. Em janeiro deste ano, na comparação com o mesmo período de 2022, o crescimento foi de 10,5%. O resultado é um pouco melhor que o registrado em fevereiro, quando cresceu 8,32%.

Com isso, a alta acumulada no Índice de Consumo das Famílias durante o primeiro bimestre de 2023 chegou a 9,75%.

Ou seja, a renda dos catarinenses tem sido o suficiente para as compras de mercado, o que impulsiona a indústria de alimentos e bebidas do Estado. Porém, ainda não alcança os bens de maior durabilidade, como móveis e veículos.

O comércio exterior é outro fator que explica o crescimento do segmento alimentício da indústria de Santa Catarina. Em 2023, produtos como carnes, conservas de carnes e miudezas, óleo de soja, sucos de frutas, entre outros, ampliaram não somente o valor exportado, como também a participação no total de exportações pelo Estado.

Como comparação, no primeiro trimestre de 2022 os produtos alimentícios geraram 866,9 milhões de dólares em exportações e foram responsáveis por 34,82% do comércio exterior catarinense no período. Enquanto isso, nos primeiros três meses de 2023, o valor chegou a 1,1 bilhão de dólares, representando 40,7% do total comercializado no mercado internacional. Os dados estão disponíveis no painel de comércio exterior do Observatório FIESC.

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A importância da indústria de alimentos e bebidas para a economia catarinense

A produção de alimentos e bebidas é importante para a economia catarinense não só porque lidera as exportações pelo Estado. A categoria é também a segunda maior geradora de empregos na indústria de Santa Catarina, atrás do segmento têxtil, confecção, couro e calçados.

São mais de 140 mil empregos formais gerados pela indústria alimentícia catarinense, de acordo com os últimos dados do Ministério do Trabalho e Emprego. Desse modo, a categoria responde por 17,6% dos postos de trabalho no setor industrial do Estado.

Por sua vez, a indústria como um todo participou com 39% do total de novos empregos formais registrados no primeiro bimestre de 2023 em Santa Catarina, conforme aponta o Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged).

Isso quer dizer que o sucesso da produção de alimentos está bastante ligado ao fato de o Estado ter uma das menores taxas de desemprego no País.

Outro dado importante da categoria é que ela gera um quarto (25,1%) de todo o valor da transformação industrial catarinense. Em 2022, como aponta a Pesquisa Industrial Anual, do IBGE, o montante gerado pela produção alimentícia chegou a R$ 20,9 bilhões.

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