Santa Catarina tem quatro cidades entre as dez com o metro quadrado mais caro no Brasil, segundo as áreas de avaliação do Índice FipeZAP+ de fevereiro de 2023.
Balneário Camboriú é líder nesse quesito, considerando o preço médio de imóveis residenciais. Enquanto a média ponderada das 50 cidades analisadas no País ficou em R$ 8.368 pelo metro quadrado, a cidade do litoral catarinense registrou o valor de R$ 11.635.
Nos últimos 12 meses, todas as cidades catarinenses presentes no Índice FipeZAP+ tiveram valorização imobiliária acima da média brasileira. Inclusive, a valorização de Balneário Camboriú foi quase quatro vezes superior à inflação no mesmo período.
É essa valorização de imóveis na casa dos dois dígitos que tornou Santa Catarina um polo de investimento imobiliário no Brasil. Mas algumas questões do cenário econômico colocam as empresas do setor em alerta.
Saiba mais sobre o mercado imobiliário em Santa Catarina e quais são as perspectivas para 2023.
Valorização de Balneário Camboriú leva ao metro quadrado mais caro do Brasil
Em fevereiro deste ano, as sete cidades de Santa Catarina avaliadas no Índice FipeZAP+ tiveram uma variação positiva no preço de venda dos imóveis residenciais. São José foi a que mais cresceu nesse sentido, com alta de 1,93% no mês, e todas registraram aumento de preço acima da prévia da inflação oficial no período, de 0,76%.
Já no acumulado de janeiro e fevereiro de 2023, é Itapema que se destaca. O crescimento foi de 3,32% no primeiro bimestre do ano, sendo o segundo maior entre todas as cidades listadas no Índice FipeZAP+, atrás apenas de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul (+3,38%).
Se estendermos o período de avaliação para o acumulado de 12 meses até fevereiro de 2023, as sete cidades catarinenses tiveram valorização de imóveis muito acima da inflação. Como comparação, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) ficou em 5,63% no período. Enquanto isso, Balneário Camboriú, dona do metro quadrado mais caro do Brasil, teve uma variação anual positiva de 20,01%.
Em relação ao preço médio de venda de imóveis residenciais, o litoral catarinense desponta como uma das regiões mais caras do País. Duas cidades do Estado estão no pódio desse quesito.
Preço médio do metro quadrado em Santa Catarina pelo Índice FipeZAP+:
- Balneário Camboriú: R$ 11.635 (1º lugar geral)
- Itapema: R$ 10.804 (2º lugar geral)
- Florianópolis: R$ 9.790 (6º lugar geral)
- Itajaí: R$ 9.456 (7º lugar geral)
- São José: R$ 6.121 (23º lugar geral)
- Joinville: R$ 6.010 (24º lugar geral)
- Blumenau: R$ 5.554 (33º lugar geral)
Por outro lado, Blumenau sobe da sétima colocação estadual para a terceira posição quando se trata da maior variação positiva na valorização do imóvel nos últimos 12 meses.
Cidades catarinenses com maior valorização imobiliária no acumulado de 12 meses até fevereiro de 2023:
- Balneário Camboriú: +20,01%
- Itapema: +17,08%
- Blumenau: +16,83%
- São José: +16,35%
- Itajaí: +15,92%
- Florianópolis: +10,91%
- Joinville: +9,74%
Com isso, seis das sete cidades de Santa Catarina presentes no Índice FipeZAP tiveram uma valorização do mercado imobiliário acima de dois dígitos.
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Santa Catarina tem cidades com o metro quadrado mais caro do Brasil. (Foto via Freepik)
Custos mais baixos para o mercado imobiliário, mas juros altos
A perspectiva para o mercado imobiliário em 2023, no entanto, não é de todo positiva. A maior preocupação do setor é a alta Taxa Selic praticada pelo Banco Central do Brasil, atualmente de 13,75%. Desse modo, com os juros em alta e o preço dos imóveis também crescendo, a affordability de imóveis residenciais é reduzida.
A affordability no mercado imobiliário refere-se à capacidade média de compra ou de financiamento de imóveis residenciais pelas famílias. Em 2021 e início de 2022, esse indicador já apresentou retração.
Para 2023, um relatório da Genial Investimentos estima que o número de lançamentos deve cair 10% devido ao patamar atual da taxa de juros.
A boa notícia é que o mercado imobiliário conseguiu contornar a curva de crescimento dos custos da construção civil em 2022. No acumulado de 12 meses até fevereiro de 2023, o Índice Nacional da Construção Civil — M (INCC-M) apresentou queda pelo oitavo mês consecutivo, de acordo com a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc). No período, o custo ficou 8,76% menor.
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Imóveis para investir e para alugar
Dois aspectos a que o mercado imobiliário deve ficar atento, especialmente na região Sul do Brasil, são a tendência de procura por imóveis para investir e a preferência por aluguel, em vez da compra.
O primeiro ponto é destacado em um estudo da Brain para a Abrainc. Ao pesquisar o comportamento do consumidor e as tendências para 2023, o Sul do País desponta como a região em que o investimento tem o maior peso no motivo da compra do imóvel. Enquanto, na média nacional, 25% dos compradores têm o objetivo de investir, no Sul a proporção sobe para 33%.
Outra tendência é que o número de domicílios próprios vem caindo no Brasil. Em 2016, 73% dos imóveis eram próprios (quitados ou em financiamento). Já em 2019, o percentual caiu para 69,2%, segundo dados da PNAD Contínua, do IBGE.
Isso está relacionado, em parte, à maior dificuldade que as novas gerações têm para comprar um imóvel residencial. Mas também segue um comportamento do público de não criar raízes, seja por não poder, seja por preferir um estilo de vida mais flexível.
Para ver mais tendências do setor, baixe nosso estudo sobre o mercado imobiliário.m
