O Brasil já tem o terceiro maior mercado consumidor de produtos de beleza e cuidados pessoais no mundo todo. De acordo com a Euromonitor International, os 37,4 bilhões de dólares consumidos pelos brasileiros no setor em 2024 ficaram atrás apenas dos Estados Unidos e da China. E esse valor deve seguir crescendo nos próximos anos, porque o público aqui no País não abre mão desse autocuidado, mesmo diante de restrições no orçamento.
Entenda a relação dos brasileiros com os produtos de beleza:
- o público nacional está entre os maiores consumidores globais em diversas categorias;
- sete em cada dez deles jamais deixariam de comprar cosméticos, por exemplo;
- o consumo de beleza no País deve alcançar os 40 bilhões de dólares em 2027;
- mas a jornada de compra no setor está se adequando à nova realidade de preços.
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A resiliência do mercado de beleza no Brasil
O verdadeiro teste de força para qualquer setor é quando o consumidor precisa controlar as compras até do básico. Esse é justamente o retrato do momento atual, como aponta a pesquisa “Consumo em tempos de inflação e repriorização”, de Neogrid e Opinion Box. Em 2025, 95% dos brasileiros perceberam um aumento no preço das compras do dia a dia.
Isso tem gerado uma série de mudanças no comportamento do público no País. Entretanto, o mercado de beleza vem apresentando muita resiliência em tal cenário.
Como a pesquisa demonstra, os brasileiros trocam vários outros itens com mais frequência do que os produtos de beleza.
Categorias substituídas por opções mais baratas nos últimos meses:
- Produtos de limpeza: 69%
- Produtos de higiene pessoal: 57%
- Alimentos e bebidas: 54%
- Carnes e produtos de origem animal: 53%
- Frutas, legumes e vegetais: 31%
- Cosméticos: 29%
Não à toa, o mercado de beleza deve continuar em crescimento no Brasil, segundo uma projeção da Redirection International. O consumo dos brasileiros no setor é previsto para chegar a 40 bilhões de dólares até 2027.
A pressão estética e a relação com a beleza no Brasil.
Os brasileiros não abrem mão dos produtos de beleza
A Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC) destaca, a partir dos dados da Euromonitor International, como o público nacional é um consumidor ávido em diversas categorias do setor.
Posição do Brasil no mercado de beleza global:
- 2º lugar: fragrâncias, produtos masculinos e desodorantes;
- 3º lugar: produtos infantis, proteção solar, higiene oral, cuidados com o cabelo;
- 4º lugar: produtos para banho;
- 7º lugar: maquiagens;
- 8º lugar: cuidados com a pele;
- 10º lugar: produtos depilatórios.
Mais ainda, no caso dos produtos de beleza, a NielsenIQ traz um dado bastante revelador sobre a fidelidade dos brasileiros: 72% afirmam que nunca deixariam de comprar cosméticos. Isso faz do nosso consumidor o mais comprometido globalmente com a beleza.
Nesse sentido, a Neogrid e o Opinion Box informam que 73% dos compradores no País não abrem mão de certos produtos, mesmo custando mais que o desejado. E os cosméticos estão entre as principais categorias inegociáveis para eles.
O mesmo Opinion Box revela no relatório “Corpo em Movimento” que um em cada quatro brasileiros gasta com a aparência mais de R$ 201 por mês. Até porque, no Brasil, há uma relação muito forte entre a aparência física e a sensação de bem-estar.
Essa é uma das razões para a resiliência do mercado de beleza em terras brasileiras. Quando o orçamento não permite diferentes prazeres ou passatempos, o cuidado consigo é mantido como uma fonte de preservação de autoestima e de satisfação pessoal.
Saúde e beleza: dados revelam a rotina de cuidados com a pele dos brasileiros.
As mudanças na jornada de compra dos produtos de beleza
Vimos até aqui como os brasileiros têm se mantido fiéis ao mercado de beleza. Entretanto, a pressão sobre o orçamento é real e exige certa criatividade do público para manter o consumo.
Um estudo da MindMiners chamado “Escolhas sob pressão” pontua precisamente que 42% dos consumidores no País perceberam o aumento dos preços nos produtos de beleza, além de todos os outros itens que encareceram a rotina de compras. Mas, se não estão deixando de comprar, que estratégias têm adotado?
A Criteo revela no relatório “Global Health & Beauty Pulse 2025” que uma das saídas foi pesquisar melhor e por mais tempo os produtos. Mundialmente, 66% dos consumidores de beleza comparam preços on-line, 53% veem avaliações e 52% fazem a comparação de preços usando o celular dentro das lojas físicas. Com isso, as jornadas de compra estão mais longas, levando 18 dias, em média, entre a descoberta e a conversão.
Outra estratégia importante é a priorização dos produtos multifuncionais. Como destaca a Nielsen, os consumidores buscam mais utilidades ou benefícios em uma mesma compra, a exemplo dos sticks para maquiagem, proteção solar e cuidado com a pele. Essa é uma tendência em diversas categorias de beleza.Quer continuar por dentro dos conteúdos do Negócios SC para esse mercado? Assine nossa newsletter e receba as novidades!