Padrão de beleza: como é a relação com o corpo no Brasil?

18/12/2023

Diversidades

Padrão de beleza: como é a relação com o corpo no Brasil?

A busca pela beleza nunca sai de moda, mas a definição de belo, ou padrão de beleza, muda com o tempo. No entanto, mesmo para quem o bonito é estar bem consigo, há todo um mercado por trás.

Além disso, uma pesquisa do Opinion Box revela que 47% dos brasileiros consideram que a aparência física está relacionada ou muito relacionada à própria felicidade. Então, diretamente ou indiretamente, a busca pela satisfação pessoal em relação ao aspecto físico acaba impactando neste ou naquele aspecto do mercado de beleza.

Nesse sentido, podemos dizer que o Brasil é o país mais preocupado com esse tema na América Latina. Inclusive, é o quarto maior mercado de beleza e cuidados pessoais no mundo, atrás de Estados Unidos, China e Japão, de acordo com o Euromonitor International.

Quer entender melhor essa relação do público brasileiro com o corpo e o dito padrão de beleza? Acompanhe a análise a seguir.

Padrão de beleza e autoestima do público

Uma em cada três brasileiras consideram-se fora do padrão de beleza estabelecido. Esse dado está na Pesquisa Padrões de Beleza e Bem-Estar, de novembro de 2023, realizada pelo Opinion Box. Por sinal, as mulheres sentem mais esse deslocamento, já que um em cada quatro homens no Brasil relatam tal sentimento.

Com isso, elas também sofrem em maior grau com a baixa autoestima. Enquanto 17% delas enfrentam esse problema, 11% dos homens entrevistados estão na mesma situação.

Dados da Kantar presentes no estudo “What Women Want” (O Que as Mulheres Querem) estão muito próximos disso. No Brasil, o índice da população feminina que se percebe com a autoestima abaixo da média ficou em 17%. Nos indivíduos homens, esse número foi de 10%.

Isso então se reflete em certos comportamentos, como o hábito de se maquiar. Oito em cada dez brasileiras têm esse costume, segundo o Opinion Box. Entretanto, ele não está associado apenas a uma mudança de visual ou à expressão de uma identidade interna. Os dois principais motivos para elas usarem maquiagem são o desejo de sentirem-se mais bonitas (67% das respostas mencionaram isso) e disfarçar imperfeições da pele (40%).

Tal pressão causada pela estética ocasiona um distanciamento não só entre a pessoa e a própria felicidade, mas também em relação ao meio social. Tanto que 51% do público entrevistado na Pesquisa Padrões de Beleza e Bem-Estar já se sentiu intimidado por não fazer parte do padrão de beleza mais aceito. Inclusive, 45% deixaram de sair de casa por não se sentirem pessoas bonitas na ocasião.

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Mulheres têm mais baixa autoestima que homens no Brasil. (Foto via Freepik)

O mercado de beleza no Brasil

É no meio desse cenário que o mercado de beleza no Brasil estabelece-se como um dos maiores do globo. Mais precisamente, os dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) colocam o País na segunda posição mundial entre os que mais lançam produtos na área e na quarta colocação entre os que mais consomem produtos do gênero.

O mercado de beleza, inclusive, chega a responder por 4% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

Enquanto isso, uma pesquisa de Google e Offerwise destaca o fato de que o Brasil é o terceiro maior país com interesse em buscas pela categoria de moda e beleza. Só em beleza, o crescimento das buscas foi de 14% em 2023.

Já a Kantar, que ressalta o papel-chave do Brasil no mercado de beleza da América Latina, traz informações relevantes sobre os canais de vendas mais utilizados para as vendas do setor. Os supermercados aparecem na frente, com 27% de contribuição sobre as vendas totais. Em seguida, surgem as vendas porta a porta, com 23%. Completando o pódio, as farmácias têm 14% de participação. Outros canais somam 36%.

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Mulheres de 35 a 49 anos dominam o mercado de beleza brasileiro

Em média, as mulheres brasileiras têm 43 interações semanais com produtos de beleza em casa, conforme indicam os dados da Kantar. São cinco interações a mais que nos Estados Unidos e na Europa Ocidental. Somente na faixa etária entre 35 e 44 anos, são 30 bilhões de ocasiões de uso por semana no País.

Se ampliarmos um pouco mais o intervalo de análise, dos 35 aos 49 anos, temos então o grupo que mais gasta com produtos de beleza no Brasil. Aí está 41% do mercado brasileiro de beleza e saúde.

O segundo maior grupo consumidor é o das mulheres até 34 anos, com 34% do mercado. Desde 2022, o número de ocasiões de uso semanais nessa faixa etária cresceu 7%. No entanto, não devemos subestimar a parcela acima de 50 anos, que responde por consideráveis 26% das vendas do setor.

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