O primeiro trimestre de 2023 trouxe ótimas notícias para o setor de shopping centers no Brasil. As vendas superaram o resultado do mesmo período de 2019, comprovando a recuperação do setor.

Os dados estão presentes no balanço trimestral da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), a partir do Índice Cielo de Varejo em Shopping Centers (ICVS-Abrasce). Eles apontam também um crescimento de dois dígitos no fluxo de visitantes nos centros de compras do País.

Essa retomada é muito importante para o varejo brasileiro e para nossa economia como um todo. Como destaca a Abrasce, o setor gera 1,04 milhão de empregos em um total de 628 shoppings, com um faturamento de R$ 191,8 bilhões em 2022.

Veja em seguida mais dados sobre o setor de shopping centers no Brasil.

Vendas em shopping centers no Brasil crescem em 2023

Como antecipamos, o balanço trimestral da Abrace trouxe uma série de notícias positivas para esse mercado.

Considerando apenas o mês de março deste ano, o fluxo de visitantes aumentou 8% em relação ao mesmo período de 2022. Enquanto isso, as vendas tiveram alta de 2,4% na mesma comparação.

Ainda em março, o ticket médio das vendas em shopping centers no Brasil teve uma grande vantagem frente ao das lojas de rua: R$ 128,91 e R$ 84,10, respectivamente.

Então, no acumulado do trimestre, o setor registrou um aumento de 13,2% no fluxo de visitantes e de 6,8% nas vendas, se comparado ao mesmo intervalo de 2022. Já em relação aos primeiros três meses de 2019, as vendas cresceram 0,3%. Isso quer dizer que os shopping centers do País devem voltar em breve aos níveis de antes da pandemia, segundo Glauco Humai, presidente da Abrasce.

Para se ter uma ideia melhor dessa recuperação, o faturamento em 2019 foi de R$ 192,8 bilhões, um valor apenas 0,5% superior ao observado em 2022.

Os bons resultados têm influência direta do menor peso da inflação no bolso dos brasileiros e do ganho real de renda agora em 2023. Vale lembrar que, no último mês de abril, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado em 12 meses ficou em 4,18%, muito abaixo dos 12,13% registrados em abril de 2022.

Essa folga no orçamento familiar é refletida em compras. Por exemplo, em maio houve um crescimento de 2,4% na Intenção de Consumo das Famílias (ICF), indicador avaliado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Portanto, o setor de shopping centers no Brasil ainda pode esperar mais boas notícias das vendas neste ano.

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Fluxo de visitantes aumentou 13,2% no primeiro trimestre de 2023. (Foto via Freepik)

O que faz o consumidor brasileiro comprar em shopping centers?

Neste momento de recuperação do setor de shopping centers no Brasil, devemos olhar para o que faz os brasileiros escolherem esse tipo de estabelecimento para comprar.

Uma boa fonte de informação a respeito está no relatório “Impactos da Mobilidade Urbana no Varejo”, produzido por CNDL, SPC Brasil e Sebrae. Nele, 15% dos consumidores entrevistados revelam fazer a maior parte das compras em shopping centers. Tais lugares ficaram atrás somente das lojas de rua na rotina do público nacional.

Mas o que faz o consumidor escolher um centro de compras, em vez das lojas de rua?

• 64% do público declara que shoppings têm vitrines mais atrativas.
• 54% afirmam que a compra é mais prazerosa e divertida.
• 43% gastam mais tempo fazendo compras dessa forma.
• 41% sentem-se mais à vontade, com mais liberdade.

Ou seja, a escolha de comprar em shopping centers está muito associada à experiência do consumidor. É nisso que o setor se destaca e deve aprofundar para atrair cada vez mais os brasileiros.

Uma pesquisa da Abrasce mostra, inclusive, que apenas uma em cada dez pessoas é totalmente objetiva nas compras em shoppings, entrando e saindo o mais rapidamente possível. Um público muito maior espera algo mais quando vai a esse tipo de estabelecimento.

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Shopping centers e a conexão emocional com o consumidor

Outro ponto interessante a destacar na pesquisa da Abrasce é a conexão emocional que os shoppings são capazes de criar com os consumidores. Para 88% destes, os centros de compras no Brasil representam sentimentos positivos.

Nesse sentido, a comunicação do shopping tem um papel fundamental para estreitar laços. Ela serve não somente para divulgar novidades, mas também para contar histórias emocionantes.

Um exemplo disso foram as ações do Villa Romana Shopping, de Florianópolis, durante a Copa do Mundo de 2022. O empreendimento entrou com tudo na torcida, oferecendo um espaço seguro para as famílias acompanharem os jogos e complementando a experiência com outros atrativos.

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