Além do crescimento do produto interno bruto (PIB) em 3,3% no acumulado de 2024 até setembro, a economia brasileira teve outra boa notícia recentemente. O Brasil registrou o menor índice de pobreza e extrema pobreza da história, segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Santa Catarina ainda se destacou nesse sentido com o menor percentual de habitantes vivendo nessas condições.
Entenda melhor os índices de desigualdade no Brasil e SC:
- 8,7 milhões de brasileiros saíram da pobreza em 2023;
- 88,5 mil catarinenses também deixaram essa situação para trás;
- o Estado tem a melhor distribuição de renda do País no Coeficiente de Gini;
- apenas 1,4% dos catarinenses vivem em favelas, contra 8,1% no Brasil.
Acompanhe os dados completos abaixo, com os comentários do Negócios SC.
A queda do nível de pobreza em Santa Catarina
Em 2023, 59 milhões de brasileiros viviam abaixo da linha da pobreza, de acordo com o IBGE. Ou seja, tinham um rendimento domiciliar por pessoa equivalente a R$ 665 por mês, ou 6,85 dólares por dia, como estabelece o Banco Mundial.
O número de indivíduos é alto, mas representa uma queda de 31,6% em 2022 para 27,4% em 2023 da população em situação de pobreza. Isso quer dizer que 8,7 milhões de brasileiros saíram dessa condição de um ano para outro.
Também houve uma melhora considerável no cenário da pobreza extrema, vista nos lares que recebem R$ 209 mensais por pessoa, ou 2,15 dólares por dia. A proporção de brasileiros em tal situação caiu de 5,9% para 4,4%. Em ambos os casos, os percentuais foram os menores já registrados pelo IBGE na série iniciada em 2012.
Santa Catarina não somente evoluiu nesse aspecto, como foi destaque nacional, acompanhando o recuo da pobreza no Brasil. O Estado fechou 2023 com apenas 11,5% da população sob a linha de R$ 665 mensais, o que dá cerca de R$ 22 por dia, e abaixo dos 12,8% de 2022. Esse foi o menor percentual do País no período.
O resultado prático disso é que 88,5 mil catarinenses subiram de condição econômica. Outros 24,6 mil ainda saíram do estado de pobreza extrema, restando 105,4 mil pessoas nesse grupo, ou 1,8% da população estadual. Com isso, Santa Catarina teve o terceiro menor índice no Brasil, atrás de Goiás e Rio Grande do Sul — os dois com 1,3% dos habitantes em situação de pobreza extrema.
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SC tem a menor desigualdade no Brasil
A distribuição de renda, que está relacionada à desigualdade no País, é calculada por meio do Coeficiente de Gini. Em uma escala que vai de 0 a 1, quanto menor o índice, mais bem distribuída é a renda.
Nesse sentido, o Brasil registrou um coeficiente de 0,518 no ano de 2023, ficando na metade do caminho. Enquanto isso, Santa Catarina teve uma pontuação de 0,418, sendo o melhor desempenho entre os estados brasileiros, de acordo com o IBGE.
No entanto, se olharmos para o Mapa da Pobreza, da FGV Social, percebemos que algumas regiões de Santa Catarina ainda podem evoluir. Os dados extraídos da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua revelam onde está concentrada a população mais pobre no Estado.
Percentual de pessoas em situação de pobreza em 2023:
- Florianópolis: 4,81%
- Litoral Norte e Planalto: 9,71%
- Vale do Itajaí: 10,15%
- Oeste: 12,2%
- Litoral Sul e Serra: 14,98%
- Entorno Metropolitano de Florianópolis: 16,12%
Ou seja, três regiões ficaram acima da média estadual, de 11,5%. Ainda assim, todas aparecem abaixo da média brasileira, de 27,4%. Isso explica por que Santa Catarina tem uma proporção tão baixa de consumidores nas classes D e E. Um estudo do Negócios SC mostra que o Estado registrou apenas 8% de pessoas nesse grupo em 2022, enquanto o Brasil chegou a 28%.
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A população de Santa Catarina que vive em favelas
Os menores índices de pobreza e desigualdade em Santa Catarina refletem-se na parcela da população catarinense residente em favelas e comunidades urbanas. No Brasil como um todo, 16,4 milhões de pessoas, ou 8,1% dos brasileiros, vivem em tais áreas. Já Santa Catarina tem apenas 1,4% de moradores nessas condições, como apontam os dados do Censo de 2022.
Esses quase 110 mil catarinenses que vivem em favelas estão distribuídos sobretudo na Grande Florianópolis, no Vale do Itajaí e na região Sul do Estado. Laguna é o município com a maior concentração, enquanto a maioria das cidades de Santa Catarina apresentaram uma taxa de 0%.
Cidades de Santa Catarina com maior percentual de moradores em favelas:
- Laguna: 9%
- Florianópolis: 8%
- Blumenau: 5%
- Palhoça: 4%
- Biguaçu: 4%
- São José: 3%
- Navegantes: 3%
- Tubarão: 3%
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