A venda de medicamentos no Brasil movimenta uma indústria de R$ 142,4 bilhões por ano, segundo a sétima edição do Anuário Estatístico do Mercado Farmacêutico, elaborado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). No varejo brasileiro, esse é também um dos segmentos que mais crescem. Então, vale acompanhar com o Negócios SC os dados que mostram a relação do público com tais produtos.
Destaques do mercado farmacêutico no Brasil:
- quatro em cada dez brasileiros vão à farmácia todas as semanas;
- mais de um terço da população no País toma remédios de uso contínuo;
- a automedicação é um hábito comum entre os consumidores;
- e quase 70% dos remédios vendidos no Brasil são genéricos ou similares.
Veja muitos outros números a seguir, que trazem um panorama completo do público consumidor de farmácias no País.
Dados sobre a compra e uso de medicamentos no Brasil
Apenas no ano de 2023, a CMED revela que foram vendidas 5,77 bilhões de embalagens de remédios no Brasil, de 6.955 produtos diferentes.
Dois fatos ajudam a explicar esse número elevado. O primeiro deles é o hábito da automedicação entre os brasileiros. Quase metade dos entrevistados no relatório “Uso de Medicamentos no Brasil”, do Opinion Box, costuma tomar remédios antes de procurar assistência médica. Inclusive, 46% dos indivíduos recorrem aos produtos costumeiros diante dos sintomas iniciais de dor ou doença. Se não houver melhora, então um médico é consultado. Apenas 21% do público só toma medicamentos prescritos.
O segundo fato é a frequência com que os brasileiros se medicam. O levantamento de novembro de 2024 mostra que 34% das pessoas no País fazem uso de medicamentos diariamente. Outros 12% têm frequência semanal e 29% consomem remédios ao menos uma vez por mês.
Isso faz com que a compra de medicamentos seja parte da rotina dos consumidores. Mais de um quarto do público (26%) adquire produtos do gênero com uma periodicidade no mínimo semanal. Enquanto isso, 18% compram a cada uma ou duas semanas. Mas a maioria tem preferência por fazer um estoque mensal — essa é a escolha de 41% dos entrevistados.
Os dados da CMED apontam que somente cinco categorias participam de dois terços do total de medicamentos vendidos no Brasil. Esses são remédios voltados para:
- Sistema cardiovascular: 17,22%
- Sistema nervoso central: 16,42%
- Aparelho digestivo e metabolismo: 13,58%
- Aparelho respiratório: 11,01%
- Sistema músculo-esquelético: 8,31%
Já o Opinion Box ressalta os tipos de medicamentos que mais brasileiros tomam regularmente. São eles: anticoncepcionais ou outros remédios para controle hormonal (18%), remédios para dar energia (17%), remédios para o coração e a pressão (16%) e remédios para a ansiedade (14%).
A jornada de compra omnichannel em farmácias e drogarias.
Quantidade versus faturamento no mercado farmacêutico
Na hora de comprar remédios, os brasileiros têm uma clara preferência por genéricos e similares devido aos preços mais em conta. Mas esses produtos representam menos de um terço do faturamento do mercado farmacêutico, como aponta o Anuário Estatístico do Mercado Farmacêutico divulgado em 2024.
Se analisarmos as vendas de medicamentos pela perspectiva da quantidade, sete a cada dez remédios comercializados no Brasil são genéricos ou similares.
Percentual de embalagens comercializadas:
- Genéricos: 42,97%
- Similares: 26,45%
- Novos: 16,81%
- Específicos: 11,64%
- Biológicos: 1,63%
- Fitoterápicos: 0,50%
- Outros: 0,00002%
Entretanto, há uma grande diferença de preço entre as categorias. Um genérico, por exemplo, custa R$ 8,38 em média. Já um medicamento novo tem um preço médio de R$ 49,34, enquanto um biológico fica na casa de R$ 409,57. Isso então afeta a distribuição do faturamento no mercado farmacêutico.
Percentual de faturamento:
- Novo: 33,58%
- Biológico: 27,07%
- Similar: 17,40%
- Genérico: 14,60%
- Específico: 6,40%
- Fitoterápico: 0,60%
- Outros: 0,36%
Outro aspecto que vale destacar é a venda de medicamentos isentos de receita médica. No ano de 2023, eles representaram 21% das unidades vendidas, ou 1,2 bilhão de embalagens, e 9,88% do faturamento do mercado farmacêutico brasileiro, chegando a R$ 14,1 bilhões.
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O fator essencial na relação dos consumidores brasileiros com as farmácias
Podemos concluir que os brasileiros têm uma relação bastante próxima com as farmácias. O relatório do Opinion Box ainda aprofunda esse aspecto e informa que 40% das pessoas no País compram em tais estabelecimentos ao menos uma vez na semana. Outras 22% realizam compras a cada uma ou duas semanas e 30% são consumidoras mensais.
Com isso, 45% dos entrevistados revelaram gastar mais de R$ 200 mensais em farmácias. Três em cada dez estão na faixa de gastos entre R$ 101 e 200, com os restantes 35% abaixo desse valor.
As lojas físicas são muito importantes para esse público. Elas participam da jornada de 95% dos participantes da pesquisa e somente 5% afirmaram realizar a compra totalmente on-line. Mas devemos dizer, na verdade, que o consumidor é omnichannel, já que a internet participa da jornada de 58% dos compradores na categoria.
No meio disso tudo, ainda surge um fator determinante para a relação dos brasileiros com as farmácias: o preço. Esse é o motivo apontado por 66% dos consumidores para a escolha de um estabelecimento em vez de outro. Depois aparecem as promoções (44%), a proximidade de casa ou do trabalho (41%), a variedade de produtos (31%) e o atendimento (29%).
Saiba mais sobre o mercado farmacêutico em Santa Catarina baixando o Estudo de Farmácias do Negócios SC, disponível gratuitamente aqui no portal.